sábado, 15 de março de 2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CURSISTA: ELI FURTADO DOS ANJOS
TURMA: T29a
DISCIPLINA: PS PESSOAS COM SURDEZ


Educação Escolar de Pessoas com Surdez
AEE em Construção

Com base na epistemologia inerente a educação escolar de pessoas com surdez percebesse significativos avanços no campo educacional no que tange a educação inclusiva em especial as pessoas com surdez, porém, apesar dessas mudanças positivas ainda há muito a ser analisado e revisto, pois, ainda se permeiam muitos entraves nos  cenários das escolas públicas e privadas brasileiras,  que entristecem e deixam aquém os protagonistas do processo ensino aprendizagem, principalmente quando o ensino é oferecido de forma fragmentada, reducionista, e não se leva em conta o ser humano como um todo, em suas relações dialógicas, experiências, vivências, tudo que envolve o indivíduo. Convém mencionar a respectiva abordagem:
       
(...) por mais que as políticas estejam já definidas, muitas questões e desafios ainda estão para serem discutidas, muitas propostas, principalmente no espaço escolar, precisam ser revistas e algumas tomadas de posição e bases epistemológicas precisam ficar mais claras, para que, realmente as práticas de ensino e aprendizagem na escola comum pública e também privada apresentem caminhos consistentes e produtivos para a educação de pessoas com surdez. DAMÁZIO, (p, 46).

Convém salientar que de acordo com a Nova Política de Educação Especial, numa perspectiva Inclusiva, não se concebe a discussão numa visão dualista, em que se separam as pessoas.

(...) por mais que diferentes nós humanos sejamos, sempre nos igualamos na convivência, na experiência, nas relações, enfim, nas interações, por sermos humanos. Não vemos a pessoa com surdez como o deficiente, pois ela não o é, mas tem perda sensorial auditiva, ou seja, possui surdez, o que a limita biologicamente para essa função perceptiva. Mas por outro lado, há toda uma potencialidade do corpo biológico humano e da mente humana que canalizam e integram os outros processos perceptuais, tornando essa pessoa capaz, como ser de consciência, pensamento e linguagem. DAMÁZIO, (p. 47)

A ênfase hoje consiste numa educação mais ampla, em que o aluno com surdez não pode ser visto somente no aspecto da surdez, considerando esse indivíduo na sua totalidade e com outras potencialidades que precisam ser estimuladas e desenvolvidas, um ambiente que proporcione essas possibilidades fará toda diferença na aprendizagem não somente dos alunos com surdez mais também dos alunos ouvintes.

(...) è preciso construir um campo de comunicação e interação amplo, possibilitando que as línguas tenham o seu lugar de destaque, mas que não sejam o centro de tudo o que acontece nesse processo. Aí, deve-se discutir a presença obrigatória de quem age, produz sentido e interage: a pessoa com surdez. DAMÁZIO, (p. 47).

Nesse sentido segundo Damázio, nos faz pensar num sujeito com surdez não reduzido ao chamado mundo surdo, com a identidade e a cultura surda, mas numa pessoa com potencial a ser estimulado e desenvolvido nos aspectos cognitivos, culturais, sociais e linguísticos. No entanto, o problema do fracasso escolar dessas pessoas não se deve somente a questão das línguas, mas principalmente se deve as práticas pedagógicas ineficientes.        
Vale ressaltar que de acordo com as concepções abordadas sobre as pessoas surdas, não se deve considera o problema da deficiência, diferença, limitações advindas da surdez, mas o cerne do processo é proporcionar um ambiente favorável ao  desenvolvimento do  potencial dessas pessoas, o aspecto da surdez não será o foco principal e sim as potencialidades a serem trabalhadas e exercitadas objetivando um ensino consistente.  Nesse sentido, o trabalho do AEE, tem sua relevância por pautasse numa perspectiva inclusiva, e que segundo Damázio, consiste em organizar o trabalho complementar para a classe comum, com vistas à autonomia e a independência social, afetiva, cognitiva e linguística da pessoa com surdez na escola e fora dela.

Em suma a eficácia do fazer didático pedagógico desse atendimento depende das práticas de ensino pautadas no comprometimento, responsabilidade, transformação e reconstrução do aprender a prender.